Guardiãs de saberes ancestrais

O documentário “Guardiãs de saberes ancestrais”, dirigido por Ana Maria Veiga e realizado com apoio do grupo ProjetAH, do projeto Mandonas/CNPq e do PROEX/UFPB, resulta de uma pesquisa realizada durante três meses nos sertões de Minas Gerais, da Bahia, de Pernambuco e da Paraíba. A coleta do material, utilizando a metodologia do “dedo de prosa” (Veiga, 2025), foi realizada em uma viagem de 7 mil quilômetros de estrada, chegando aos mais diversos quintais, com plantas e mulheres incríveis. São elas que passam conhecimento de geração em geração, perpetuando saberes e fazeres que ajudam a garantir a subsistência e a resistência das suas comunidades, sejam elas quilombos, aldeias, bairros ou mesmo famílias. A essas mulheres denominamos Guardiãs de saberes ancestrais.

2025. 72 min.

Direção: Ana Maria Veiga.

Edição: Millena Carvalho.

Assistência de produção: estudantes da ProjetAH.

FICHA TÉCNICA GUARDIÃS

As protagonistas (as anciãs primeiro)

DONA BERNARDINA – Gorutuba/Teotônio, MG

DONA DALVA SAMBADEIRA – Cachoeira, BA

DONA ADELINA – São Francisco, MG

IRMÃ MÔNICA – Montes Claros, MG

DONA ROSA – Triunfo, PB

MÃE LEIDINHA – São Félix, BA

DONA MILA – Serrolândia, BA

DONA DIVA – Petrolina, PE

DONA RITA – Petrolina, PE

VÓ LOURDES – Itaporanga, PB

DONA DAS NEVES – Buriti do Meio, MG

MÃE MARIA – Serrolândia, BA

MÃE ANA – São Félix, BA

MAJÉ AMANACY – Rio Tinto, PB

IZABEL RAIZEIRA – Varzelândia, MG

DONA LOURDES – Buritizeiro, MG

ARLETE – Buritizeiro, MG

EDNA – Buritizeiro, MG

HERMIZA – Petrolina, PE

LAURINELLY – Montes Claros, MG

ANA CLARA – Itaporanga, PB

 

Direção e roteiro

ANA MARIA VEIGA

 

Edição e roteiro

MILLENA CARVALHO

 

Assistência de edição

AMANDA BATISTA DA SILVA

GABRIEL DUARTE

 

Ilustrações

RAQUEL ROCHA – AVOANTE

 

Trilha sonora

“Cadê?” (Mel do Cumbe)

AS SEMIÁRIDAS

“Reza” (Luana e Jéssica)

LUANA FLORES 

(FEAT. JÉSSICA CAETANO)

“Ponto de Cabocla” (Tradição popular)

MAJÉ AMANACY POTIGUARA

 

Produção local

Minas Gerais:

CLÁUDIA MAIA

LUCIENE RODRIGUES

LEONARA LACERDA DELFINO

MARIA SILVANA RODRIGUES CALADO

ANA CLÁUDIA VIEIRA

Bahia:

CLÁUDIA PEREIRA VASCONCELOS

TÂNIA MARA PEREIRA VASCONCELOS

VÂNIA NARA PEREIRA VASCONCELOS

 

Pesquisa e argumento

ANA MARIA VEIGA

 

PIBIC

MARIA VITÓRIA MORENO LAURINDO

PEDRO GABRIEL DUARTE SILVA

GRAZIELA VIEIRA DE MELO SILVA

NAH COSTA CAJU

 

PROBEX

ERICKA ALEXANDRE SILVA (bolsista)

 

Voluntárias(os) PROBEX

ABEL CALISTO

MAHYRA EMMILLY SÁ

MAHARI HENAHA RODRIGUES MELO

LILIANE CORREIA DA SILVA

RICKELMY SILVA RODRIGUES

AILA LAVÍNIA COSTA BARROS

ESMERALDA FERREIRA DE SANTANA

MARIA LUÍSA SOARES MARCOLINO

MARÍLIA TELES CAVALCANTE

MILLENA LUZIA CARVALHO DO CARMO

 

Equipe PROBEX

EDILZA MARIA MEDEIROS DETMERING

TELMA DIAS FERNANDES

VÂNIA NARA PEREIRA VASCONCELOS

 

Este documentário foi realizado 

com financiamento do CNPq  

processo nº 404662/2021-8  

MANDONAS: memórias, políticas 

e feminismos no Cone Sul (1980-2020)

 

Agradecimentos especiais a

CARLA NACKE CONRADI

VIOLETA  “Laroyê”

VÓ CATARINA  “Adorei as almas”

CABOCLA JUREMA  “Okê Cabocla”

TODA ANCESTRALIDADE AFRO E ORIGINÁRIA

“Salve sua força, seu Axé”

fala sertaneja

O Fala Sertaneja surgiu mais como uma declaração de amor e afeto do que propriamente como uma pesquisa. É a primeira incursão audiovisual do grupo de pesquisa ProjetAH – História das mulheres, gênero, imagens, sertões, que nasce do nosso assumido desejo pelo amadorismo, da articulação de saberes outros, periféricos, sertanejos, mal-ditos ou não narrados. No estilo “câmera aberta”, um ombro amigo e muito acolhimento, o webdoc Fala Sertaneja se torna um lugar de escuta, de histórias que quase nunca são contadas. O projeto, concluído, traz as vozes de mulheres sertanejas na universidade. Migrantes em busca de conhecimento, trabalho e sonhos próprios. Elas carregam consigo vivências e experiências flutuantes, na transição “daquilo que fui para o que sou”. Nas idas e vindas de asfalto e poeira, das sabenças e dos costumes, que se reinventam num espaço quase nômade entre o lá e o cá. Fala, sertaneja! Traz sua fala sertaneja e seu sotaque. Descoloniza o que é o saber e o ser. Conta, ensina, narra as histórias que se transformam em uma possibilidade didática para a história pública.

MULHERES DE CURA

A viagem começa, em busca de mulheres que carregam e transmitem saberes ancestrais. Elas são referências para suas comunidades no que se refere a epistemologias passadas através das gerações, de cuidados e prescrições, com remédios e alimentação adequada para uma melhor qualidade de vida. Elas são benzedeiras, trabalham com ervas, raízes, evocam forças espirituais e promovem a organização das suas casas, vilas e comunidades. Adentrando sertões brasileiros, mas também do exterior, a pesquisa realizada por Ana Maria Veiga vai ao encontro de processos contracoloniais, que devolvem a centralidade de epistemologias apagadas, sejam elas sertanejas, negras ou indígenas. Reafirmando a proposta central do grupo ProjetAH, as margens são o nosso centro. Os saberes dessas mulheres nos afetam e nos interessam.

SUBINDO E descendo
a ladeira do porto

Subindo e descendo a ladeira do Porto é um projeto audiovisual sobre um trabalho que teve a duração de 10 anos, vividos e construídos por afetos entre uma equipe de extensão universitária e a comunidade ribeirinha do Porto do Capim, que há muitas décadas habita a margem direita do Rio Sanhauá, na região central da cidade de João Pessoa – PB. Esse contato e as trocas que ele proporcionou surgiram da parceria entre a professora Regina Célia Gonçalves, da UFPB, a Fundação Casa de Cultura Companhia da Terra e logo depois a Associação de Mulheres do Porto do Capim. O projeto de extensão ganhou o nome de “Subindo a Ladeira – Educação patrimonial e Ensino de História através da Arte”. A equipe, ao longo dos anos, passou a integrar um espaço dentro da comunidade. Nas palavras de Regina, “essa relação íntima e permanente com a comunidade é nossa maior conquista”. Crianças cresceram, novas lideranças surgiram, transformando com elas os rumos do trabalho, motivando também o projeto “Rolezinho na UFPB”, que levou esses jovens para um “rolê” com atividades de formação dentro da universidade. Em versão atualizada, passou a se chamar “Rolezinho do Porto do Capim”, desenvolvendo ações como a produção audiovisual sobre a comunidade e um cineclube. Jovens do Rolezinho viraram multiplicadores e assumem tarefas, indo para as escolas e ensinando a montar um cineclube, recebendo visitantes na comunidade, através do projeto próprio que chamaram de “Vivenciando o Porto”. Esse aprendizado de mão dupla – daí o título do documentário etno-videográfico Subindo e descendo a ladeira do Porto – vem mostrar o quanto a troca de saberes é possível e como as hierarquias entre eles podem ser transformadas, por meio de relações de afeto, respeito e acolhimento.

Quer conhecer de perto o Porto do Capim? Entre em contato pelo whatsapp 83 98884-7660.